Já se
pensou em vários pontos que diferem o ser humano dos outros animais. Capacidade
de raciocinar, de refletir sobre seus atos, de lembrar-se do passado e planejar
o futuro... o que me vem à mente neste
momento para incrementar esta lista (entre outras coisas) é o fato de que os
outros animais não possuem segredos. Isto mesmo, o ser humano é dado a
segredos: fatos, pensamentos, sentimentos, atitudes que não revela e/ou admite
a ninguém, muitas vezes nem a ele mesmo.
Estes
“segredos” podem significar uma forma de poder, pois se ninguém souber deles
estarei protegido, não poderão me atingir. Mas posso acabar pagando um preço
muito alto com isso, ele pode me sufocar, pesar em mim, posso ter que despender
muita energia para mantê-lo, escondê-lo. Posso adoecer por conta disso.
Que
segredos são estes? Fraquezas, medos, angústias, sentimentos, vivências
passadas, desejos...? Por que não posso senti-los, vivê-los? Será mesmo que
estou me protegendo ou estou criando uma clausura sem fim para mim mesmo?
Meu
segredo, aliás, pode não ser segredo pra ninguém. Isso mesmo! Às vezes
guardamos a sete chaves algo que as outras pessoas também possuem, mas também
guardam em segredo. Acredito que durante toda a história da humanidade o ser
humano possuiu segredos que são os mesmos que os nossos hoje. Portanto, herdamos
em segredo os segredos de nossos ancestrais. Confuso? Pode ser, mas é uma
realidade...
Quando
revelamos alguns de nossos segredos, principalmente em terapia, descobrimos que
eles não são tão grandes assim, nem tão terríveis quanto imaginamos. Dar um
lugar, dar voz a eles nos faz entender que estes nos enfraqueciam ao invés de
nos dar poder. O que nos dá poder é a possibilidade de fazer escolhas, de
sentir o que devemos e queremos sentir. De sermos nós mesmos. Você sabe quem
você é ou isto é segredo? Sempre é tempo de revelações... e isto nos
transforma!
Edlaine
Paseto Vitorassi – 08/07/12.