A dor da perda. Sentimentos confusos. Sensação de estar
perdido, de não saber o que falar, como agir.
O luto é um processo pelo qual todos nós passamos ou vamos
passar um dia, de formas diferentes para cada pessoa, pois somos singulares e
nossa forma de manifestar o que sentimos é muito particular. Mas ele é uma
certeza em nossa vida. Há vários tipos de luto, pois também há diferentes
formas de perdas (divórcio, saída dos filhos de casa, mudança de cidade...), mas
o que nos remete diretamente a palavra luto é a morte. E é sobre ela que vamos
nos ater neste momento.
A morte muda tudo: a rotina, os planos, alguns sonhos... a
dor da perda, associada a essas mudanças faz com que a pessoa que passa por
esse processo tenha que se reestruturar e isso leva tempo. Muitos conseguem em
um tempo menor retomar suas atividades, sem deixar de se sentir tristes em muitos
momentos e com saudades. Outras pessoas levam um tempo maior, mas também
superam a tristeza mais profunda. Mas algumas pessoas acabam tendo dificuldade em passar por este
processo, principalmente quando a perda é traumatizante (acidentes, doenças com
uma evolução rápida, assassinatos dentre tantas outras formas...).
Muitas pessoas acabam prolongando o luto e este se torna um
adoecimento, que a impede muitas vezes de tomar atitudes favoráveis a si
mesmas, o que está geralmente associado a um sentimento de culpa. Mesmo que a
razão esclareça que não há culpa e não temos como controlar a morte, o
sentimento nos "corrói por dentro", e acabamos nos punindo de alguma
forma. Como consequência, acabamos atingindo pessoas que também amamos, que
estão junto de nós, que tentam nos ajudar, nos dar apoio. Neste momento é
preciso reconhecer que podemos e precisamos de ajuda. Uma escuta profissional,
num processo de terapia auxilia neste processo, nesta reestruturação.
O psicólogo é o profissional mais capacitado para acompanhar
a pessoa neste momento tão difícil. O acolhimento da dor, o entendimento dos
sentimentos e o espaço para que eles se manifestem proporcionam alívio e a
retomada dos projetos de vida.
Precisamos reconhecer que nem sempre conseguimos superar
alguns fatos sozinhos. Podemos e devemos pedir ajuda! Não somos super-heróis,
somos seres humanos e não vivemos isolados, vivemos em sociedade, e juntos
podemos mais. Procurar ajuda não é sinal de fraqueza, pelo contrário, é prova
de que somos importantes e que a pessoa que partiu gostaria de nos ver felizes,
seguindo nossas vidas.
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