Já no texto anterior abordei o fato de que existem vários
lutos ao longo da vida. neste texto vou me ater sobre os lutos que são vividos
pelas crianças quando figuras significativas em suas vidas morrem.
As crianças, ao contrário do que muitos pensam, entendem e
sentem tudo o que acontece à sua volta, do seu jeito, mas entendem. A perda de
uma pessoa próxima (em especial pais mães, tios...) traz sofrimento, que muitas
vezes é manifestado em formas avessas ao que se espera de um momento de tristeza:
irritação, agitação, medo, enurese, encoprese, queda no rendimento escolar...
Algumas conseguem falar que sentem falta, saudade, outras não conseguem colocar
em palavras o seu sentimento.
Essa criança vai crescer, se tornar adulto e tocar sua vida
pra frente e aparentemente superar o luto. Porém este luto que muitas vezes foi
mal vivido por falta de acolhimento ou entendimento dos adultos pode ser um dos
fatores que levam a um adoecimento, que surge sem uma causa compreensível. Não
é regra, mas é mais comum do que se imagina. O adulto que muitas vezes chora
sem saber o porquê, que não consegue perder peso, que é muito ansioso,
inseguro... pode ter tido um luto mal vivido na infância. Mais uma vez
enfatizo: não é regra, mas pode ser um dos fatores. A este adulto cabe buscar
entender de onde vem este sentimento "estranho", que muitas vezes é
encontrado em sua história infantil. Daí a importância do autoconhecimento, de
buscar ajuda, de fazer psicoterapia.
É necessário entender e acolher a dor da criança em suas
diferentes manifestações, dar espaço a ela para poder falar da morte ou
representá-la dentro do seu entendimento. E quando necessário, também buscar
ajuda de um psicólogo infantil.
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